Mesa organizada pelo curso de Jornalismo debate a participação da mídia no Golpe de 2016

Com três palestrantes e diferentes pontos de vista sobre o assunto, o ICHS realiza debate plural sobre a mídia e a política no Brasil

Por Carolina Carvalho

Na mesa: Ana Lúcia Vaz, Cláudia Santiago, Flora Daemon e Paula Máiran respectivamente (Foto: Bruno Cardoso)

 

(Foto: Bruno Cardoso)

 

Os estudantes da Rural lotaram o auditório Paulo Freire no dia 5 de junho para ouvir as jornalistas Cláudia Santiago, Paula Máiran e Ana Lúcia Vaz em uma discussão sobre a mídia e a comunicação no contexto político atual. A mesa, mediada pela professora de jornalismo Flora Daemon, fez parte da série de eventos do curso “Golpe de 2016 no Brasil e o Futuro da Democracia“, que vem sendo realizada desde abril, em apoio à iniciativa da UnB, após as tentativas de censura do governo Temer. Atraindo alunos de cursos diversos dentro da Universidade, a noite teve direito a debate e perguntas dos ouvintes e se estendeu até depois das 21 horas.

A mesa se iniciou com a fala de Cláudia Santiago, historiadora, jornalista e uma figura importante dentro do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação). “Os meios de comunicação não são um meio independente e crítico. Eles fazem parte do poder e nos convencem a aceitar o mundo do jeito que ele é”, relata a palestrante, que manteve um discurso crítico em relação à mídia hegemônica e sua influência dentro do cenário nacional. No final de sua fala, ela convidou a todos para o próximo festival de comunicação sindical popular, que está na sua segunda edição e acontecerá na Cinelândia, no dia 24 de julho.

“Não tem como falar de golpe sem falar dessa droga do capitalismo” começou, em seguida, a fala de Paula Máiran, ex-presidente do sindicato dos jornalistas do Rio de Janeiro. Mantendo um discurso coerente e de cunho marxista, a palestrante recheou sua fala com informações históricas sobre os movimentos sociais brasileiros, mostrando sempre sua conexão com a mídia, citando eventos como o impeachment do Collor e a ditadura de 64. “A mídia nunca esteve do nosso lado, porque a mídia é da burguesia. Eu estou há 25 anos no jornalismo, a maioria em jornais da mídia corporativa, e aprendi desde muito cedo que não existe jornalismo a serviço da democracia, não existe imparcialidade, não existe neutralidade, não existe pluralidade e não existe compromisso com os interesses públicos. O que existe é um grande negócio”, afirma Paula.

Por fim, a professora de jornalismo da Rural Ana Lúcia Vaz fez um discurso em combate ao radicalismo e agressividade da direita e esquerda brasileira. “Quando eu defendo uma mídia mais democrática é porque eu quero que todo mundo fale ou é por que eu quero falar? Vocês pretendem realmente criar uma mídia plural ou só uma mídia autoritária de esquerda?”, questionou a palestrante, que, em defesa do diálogo, procurou causar reflexão sobre os caminhos que os movimentos sociais têm trilhado e citou também a greve dos caminhoneiros e as futuras eleições.

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